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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Vamp

Odia amanheceu. E com ele uma forte chuva carregada de frio e mistérios havia chegado. Acordei com minha mãe secando o piso do meu quarto. Gwen e eu fizemos nossa higiene com certa dúvida o que haveria acontecido. Ao perguntarmos minha mãe disse:
-Nada,eu ouvi um barulho durante a noite. Vim aqui ver e a janela do seu quarto estava aberta. Fechei e tinha alguns salgados no chão,estou aqui limpando.
. Foi ai que liguei os fatos. Ninguém havia aberto a janela,eu estava com medo e Gwen dormindo. O balde de salgados de couro de Lobo aparece de repente vazio... o quebra-cabeça estava começando a se formar. Crispei meu rosto num tom assustado e pra disfarcar dei um sorriso robótico. Gwen não se ligou,apenas desceu pra tomar café e disse a minha mãe que precisava lhe contar algo. Desci e Gwen assistia a um filme antigo que passava na tv. Meu celular estava fora de área e a bateria fraca. Estava com raiva pois me ligaram e eu não consegua ver quem era. Fui de encontro a ela que estava deitada no sofá menor. Deitei do seu lado e coloquei suas pernas nas minhas. Comentamos sobre o episódio de sobrenatural. Mas nada fazia com que eu esquecesse o que eu vi. Agora eu estava sentindo de perto o que Gwen havera sentido.   
 
Minha mãe desceu e em de suas mãos estava o rodo e o balde,contendo o pano e uma água escura. Prestei atenção e sua cara agora era de preocupação. Gwen cochilava no sofá e aproveitei a oportunidade para então falar. Andei lentamente,quando pude ver ela ainda derramando a água sobre um ralo que havia próximo ao quintal. Cheguei por trás e surpresa vi ela se assustar. Pedi desculpas pelo susto e então expliquei:
-Olha mãe,tenho que contar o que está havendo.
.Ela me olhou num tom curioso,e ao mesmo tempo de medo e questionou:
-Então diga,o que houve?

Pigarrei enquanto sentava-se como ela em um banco de madeira,próximo de casa e então disse:
-Mãe,umas coisas estranhas vem acontecendo. Gwen viu um enorme lobo perto de sua casa. Eu ontem vi um vulto,uma sombra enorme que me deu calafrios e pesadelos por toda a noite. Hoje a senhora me conta o que encontrou no quarto. Eu sei que é difícil acreditar mas algo está havendo.
. Ela me olhou surpresa com o que tinha acabado de ouvir e antes que pudéssemos tomar qualquer atitude vimos Gwen chegar devagar,com uma xícara em mãos. Ela havia acordado a pouco tempo,e de fato tivemos que deixar a conversa pra depois.
 
Pude notar grande curiosidade nos olhos de Gwen e pra cortar todo aquele clima entrei em casa,falando de coisas bobas e sem o menor sentido. Minha mãe por sua vez adentrou a casa com um jornal onde foi conferir algumas notícias. O telefone tilintou ao longe. Continuei conversando com Gwen pois minha mãe já havia atendido. Pelo que ela falava era meu pai. O pai de Gwen viria buscá-la em poucas horas para ver a pintura nova de seu quarto. Ela estava feliz. Amava decorações,e detalhes que por mínimo que fossem chamassem a atenção de todo e qualquer olho humano. Acabamos de jogar pife,como sempre ganhei,encerrando assim nossa oitava partida. Guardei o baralho perto de uma caixa preta,onde tinha um livro. Nem tampouco me interessei pelo que ele falava,apenas guardei o baralho e voltei a me sentar na sala. Não demorou muito para que soasse a estrondosa buzina do carro de Sr. Harry,o pai dela. Dei tchau e ao fechar a porta uma coisa me incomodou. Lá no fundo sinto que deveria ter contado a Gwen a verdade,dizer que ela não estava louca,ou errada ao ver aquilo,que era verdade mesmo não parecendo. Quem sabe assim ela se sentia mais aliviada de algum modo.
 
 
Papai chegou logo em seguida. Quando Gwen foi embora vimos que a noite estava mais calma. Brawley parecia quieta demais. Mamãe preparava uma sopa enquanto eu meu pai jogávamos damas. Ganhei pela terceira vez quando encerramos ali e fomos lavar as mãos. Senti um súbito arrepio tomar conta de minhas costas. Engoli a seco um ar e fingi que não havia sentido nada. Enxuguei minhas mãos e assim nos sentamos à mesa. Mamãe parecia preocupada,acho que foi com o que disse a ela. Papai estava faminto. Com um pedaço de pão em mãos vi o rosto de minha mãe se crispar numa certa dúvida. Decidi perguntar o por que de tal silêncio:
-Ué,que que foi mãe?
-Nada filha,apenas concordei com o que me disse hoje a tarde.
. Meu pai já havia sido avisado por ela. Ela não acreditava,por isso todo o espanto. Minha mãe só acredita em Deus,coisas desse tipo ela prefere nem comentar. O jantar foi mais uma vez silencioso,e pra não ter que ficar naquele silêncio absurdo terminei de comer e subi direto pro quarto. Pensei em ligar o computador,mas minha vista doía. Me enrolei e me deitei. Nem pensei em mais nada,apenas queria descansar minha vista. Nem vi o tempo passar até que cochilei.

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